Quem somos e para onde vamos?
Escrito por: Rizon
Vealzinho.
Nós somos estranhos, acredite!
Sabe, em vários aspectos me envergonho de como temos
conduzido a nossa existência, e também, confesso que tenho medo do que nos
espera lá afrente (não sei daqui a quanto tempo). A realidade reflectida na
televisão, nas redes sociais, resulta do que está cheio no coração de cada um
de nós (ricos, pobres, homens, mulheres, crianças, jovens, adultos). Nós
criamos as más notícias que abundam nos jornais. Nós nos educamos com o cinema,
e em consequência disso, nós fazemos o mundo. Nós construímos a realidade que
vivemos. E como nós estamos?
Eu afirmo que, tudo que partilhamos ou vivemos hoje
é o que está cheio nos nossos corações. Porque vamos pensar, como é que
corações de paz vão gerar conflitos? Como é que mentes de boas intenções não se
compreendem? Como é que corações imbuídos de amor vão se odiar? São as
diferentes condições interiores que geram problemas na sociedade. Talvez você
me pergunte “será que é possível todos sermos bons?” Eu não sei, mas sei que é
possível você ser bom.
As coisas boas só entram no interior da pessoa se
ela mesma permitir. O amor não pode forçar a ninguém a amar e nem o
arrependimento obrigar alguém a pedir perdão. Somos livres para escolher e ser
o que bem entendermos. Mas é preciso admitir de como é chato o geito que as
pessoas interferem nas decisões alheias. Sempre há alguém que diz o que deves
ser ou ter (mesmo contra a sua vontade). Você passa a vida realizando desejos
das pessoas e quando é que você viverá a sua vida?
Vamos voltar a falar do interior:
O mundo está em ruínas porque o ser Humano (cada um
em particular) dentro de si está em ruínas. Tudo o que vemos fora é o reflexo
do que está dentro de nós. Nós como sociedade. Nós como a maioria. A violência
entre familiares e estranhos, a ganância (cada um olha apenas para o seu
umbigo), a insensibilidade, entre outros males, manifestam-se fora, são
problemas colectivos, mas moram dentro de cada um. Onde a inveja é bem-vinda no
coração de pelo menos uma pessoa, está garantida a destruição do mundo inteiro.
É verdade que é difícil ser bom em meio a tanta
maldade, até porque ninguém gosta de ser chamado de santo. Eu acho isso muito
engraçado. Parece que fazer o que é justo e bom, hoje em dia, é sinónimo de fraqueza.
Por isso que as pessoas ora são uma coisa ora são outra coisa. Querem agradar a
todos, querem ser bem vistos até por aqueles que têm maus olhos. Chega um
momento que a pessoa já não sabe quem ela é. Veja como está o seu coração. Será
que você tem contribuído para o bem-estar do planeta? De que lado você está?
Que tipo de pensamentos ocupam a tua mente todos os dias? Você tem orgulho de
si mesmo, não me refiro à posses ou em relação ao que as pessoas pensam de si.
É sobre o que você pensa de si mesmo.
Muitas pessoas conseguem alcançar grandes
realizações e impressionar a muita gente, mas não conseguem ser felizes. Porque
nos seus corações não há espaço para felicidade, ou ainda, não sabem ser
felizes.
Muitos de nós seguimos o curso do mundo, porque
tememos não sermos compreendidos. Então fingimos que está tudo bem connosco e
que o problema está com os outros.
Eu sei que é uma guerra viver assim: Amar mas não
ser amado, entender mas não ser compreendido, dar e não receber de volta.
Perdoar mas ser condenado. É isso que acontece quando decidimos ser pessoas de
verdade e nos inclinamos para as boas obras. É preferível viver assim, mas com
a consciência limpa, do que ser uma coisa que nem você mesmo tem orgulho de
ser.
Sabe o que acontece, mesmo quando você não quer
praticar o que é nocivo ao bem da Humanidade, você que é professor por exemplo,
vem o teu sobrinho que está pouco se lixando para a escola e pede para passar
de classe, e você não tem como negar porque ele é quem ficava com o seu
filhinho na altura que te formavas. E a vida vai, a vida vem, e nos tornamos
naquilo que não estava nos planos.
Meus amigos! Nós não tiramos a paz, ela é que foge
de nós.
De: RIZON
VEALZINHO (músico e escritor).
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