O QUE DIZER DA NOSSA EXISTÊNCIA?



As escolas não ensinam o amor, dizem que você apenas precisa ser inteligente… Afinal, para que serve tanto conhecimento se ainda continuamos a ser as piores criaturas do Universo?

Vivemos em tempos difíceis e de insegurança total. Nunca estamos certos do amanhã e a cada dia tememos que nos suceda coisa pior. Estamos sujeitos a surpresas (boas ou más) pois cada dia é um dia.
Eu já não vivo como antes, tornei-me num ser que nunca imaginei. Isso porque não me preocupo apenas com o meu umbigo mas também com os outros, principalmente agora que quase tudo neste mundo coopera para o mal. Por outro lado sou fruto dos conflitos que nos tiram o sossego.   
O que diremos em meio ao desespero e a tantos dissabores? O que dizer aos semblantes desesperançados e sem direcção? Aflições pairam entre os Homens, Mulheres e crianças, agastados da sua própria existência. Alguns dizem que é um castigo de Deus, será? E outros acreditam estarmos a colher o que plantamos. Chegamos a não ter respostas para as perguntas que nos fazemos.
Dizem que o País é rico e que é ouro a terra que pisamos (Moçambique). É nessa mesma terra que muitos sonhos têm sido enterrados para dar mais valor as pedras preciosas e aos demais recursos minerais, tanto é que até já se fazem diamantes vermelhos de tanto sangue derramado. Na verdade, é um dos lugares mais pobres do planeta, não pela ausência de riquezas mas pela abundância de corações gananciosos.
Não bastou o sofrimento que nos causamos uns aos outros, veio sem piedade o vento forte, com ele as chuvas torrenciais e as tempestades, provocando más notícias…
Eu não sei se choro pelas coisas que perdi ou se choro pelo destino da minha alma, ou talvez se corro atrás dos sonhos que os ventos levaram… mas será que vão valer a pena as minhas lágrimas?
O mais triste ainda, é que hoje em dia, preocupamo-nos mais em formar Homens amantes de máquinas e insensíveis da Humanidade. Os nossos filhos nascem e crescem preocupados em acumular bens materiais e engradecer o seu ego, ignoram tudo a sua volta e cada um puxa para o seu lado. As escolas não ensinam o amor, dizem que você apenas precisa ser inteligente.
As Universidades que ao invés de formarem homens e mulheres melhores, estão mais para nos dividir, pois os que vivem nas cidades (que nem são cidades mas réplicas) acham-se melhores dos que vivem no campo, enganados pelo facto de falarem bonito e possuírem um dinheiro a mais. O conhecimento tem escravizado mentes e endurecido muitos corações. Afinal, para que serve tanto conhecimento se ainda continuamos a ser as piores criaturas do Universo? Afinal onde está a nossa riqueza, na cidade ou no campo?
Por isso que digo, que a cada dia os problemas se multiplicam e nunca irão acabar, porque todos os dias cometemos muitos erros, os piores não são os involuntários devido a nossa essência Humana mas sim os voluntários: Quando promovemos o desmatamento, poluímos o meio ambiente e praticamos toda sorte de males que comprometem o bem-estar da natureza, mas quando a mesma reage contra as nossas impensáveis acções colocando em risco a nossa existência, dizemos que é a força do destino ou culpamos à terceiros. Como nos tornamos tão insensíveis até para com as nossas próprias almas?
Clamamos por salvação enquanto as soluções estão nas nossas mãos, a ignorância cegou os nossos olhos e ensurdeceu os nossos ouvidos e queremos que alguém sinta pena de nós. E lá vão as ditas ajudas Humanitárias, que nos tornam reféns dos que nos estendem as mãos com as suas ofertas e empréstimos. Nada nos pertence, até chego a duvidar se a vida que vivo ainda é minha.
Não bastou sermos órfãos de um verdadeiro Governo, agora promovemos conflitos e dissensões contra nós, cada um defende os seus interesses pessoais desde: religiosos, académicos, analfabetos, ricos e pobres, enfim todos, para a sua glória e desgraça.

Por: Razão M. Raimundo (RIZON VEALZINHO).

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